A britagem mecanizada, ou seja, a quebra de pedras usando máquinas, aposentou o trabalho manual há mais de um século. Agora a mecanização tem avançado da operação para a manutenção. Um exemplo é a empresa brasileira, de Minas Gerais, que reduziu em 70% o tempo de troca da manta do britador, mecanizando a movimentação dessa peça pesada. O mais importante é que essa operação foi consolidada há quatro anos e ampliada para outro site da mineradora, reforçando a política de segurança.
Antes da mecanização, a troca da manta do britador exigia a presença de quatro profissionais e consumia 240 minutos. Com a substituição do trabalho manual, a equipe de manutenção mobiliza dois mecânicos numa atividade que leva 90 minutos para ser concluída. Considerando que a troca da manta acontece a cada em períodos de 15 a 25 dias, devido ao desgaste da peça, a redução do tempo de parada obrigatória tem dois ganhos imediatos: aumenta a segurança da manutenção e amplia a produtividade da unidade. A pergunta é: como se mecanizou o processo?
Como funciona a troca mecanizada da manta do britador
A resposta está no uso de um dispositivo de aperto hidráulico da manta. A peça é utilizada na montagem e desmontagem da porca que fixa a manta móvel na cabeça do britador cônico. Na verdade, o dispositivo é um conjunto de ferramentas e foi especialmente projetado para uso em operações de manutenção de britadores cônicos das séries HP e Symons. Ele é formado por um suporte de cabeça, dois pinos e um soquete e tem uma mecânica descomplicada.
O papel do suporte é bloquear a rotação do conjunto da cabeça do britador, paralisando o componente. O soquete, por sua vez, permite que um único operador consiga transmitir o esforço do aperto, realizado por uma chave hidráulica. “A chave hidráulica e o suporte de cabeça são comuns a todos os britadores cônicos da linha HP. Já os soquetes e os pinos mudam para cada equipamento”, explica Walesson Pontes, engenheiro de serviços da Metso, que participou do processo de aplicação da solução.
Troca manual usa ferramentas pesadas e exige esforço maior
De acordo com ele, o uso do dispositivo foi comprovado novamente em 2018 num processo de reavaliação realizado pela Metso com a equipe de manutenção da mineradora. “O teste aconteceu em um britador do tipo Symons 7’, em junho, e foi supervisionado detalhadamente por nosso engenheiro de campo”, informa Pontes.
A mecanização substitui ferramentas que envolvem riscos de acidentes. É o caso de marreta e do chamado “aviãozinho”, peças que exigem a aplicação de grande esforço humano, podendo acarretar lombalgias dentre outras lesões. O aviãozinho – cilindro maciço e pesado – tem sido a mais comum delas, exigindo a intervenção de pelo menos quatro profissionais para a operação de montagem e desmontagem.
“Os resultados foram muito positivos e o equipamento – que antes era apenas usado na linha de produção da Metso – agora faz parte do catálogo de soluções da empresa”, finaliza Pontes.