Trata-se de um estudo internacional e bem sucedido da integração dada mina até a usina numa mineradora asiática. Apesar de ter sido feito no outro lado do mundo, os desafios encontrados nesse projeto são bastante comuns para as minerações brasileiras. Além disso, as melhorias indicadas pela Metso Outotec podem ser replicadas em operações no Brasil, inclusive com suporte local.
“Os objetivos do projeto internacional eram aumentar a produtividade para o processamento de minérios mais duros e também auxiliar a operação na previsão de capacidade da planta ao longo da vida útil da mina”, resume Almeida. Segundo ele, o uso da abordagem Mine-to-Mill, integrada ao uso de ferramentas tecnológicas utilizadas nesse projeto, gerou ganhos importantes para a mineradora. O engenheiro de processos vai mostrar os desafios encontrados na operação, assim como a metodologia e ferramentas que a Metso Outotec utilizou para chegar aos resultados apresentados.
Almeida destaca que o estudo de caso é um exemplo do trabalho de otimização que avalia a mineração de forma integrada, desde a mina até a planta de processamento. “Em geral, as operações da mina e as da usina não são vistas no conjunto, o que dificulta a otimização”. Um exemplo segundo ele é a otimização do desmonte, que pode trazer ganhos imediatos para as fases subsequentes de britagem e moagem. “Usar explosivos e malhas de desmonte mais adequados pode levar à um investimento um pouco maior no desmonte, mas reduzir o consumo de energia elétrica na planta, pois os britadores e moinhos serão menos exigidos”, resume.
De acordo com Almeida, o estudo internacional que será apresentado na ABM usou várias técnicas já disponíveis no Brasil, entre elas a avaliação do desmonte e do processamento na planta por meio de softwares especializados e a utilização de etiquetas inteligentes (SmartTag™). Essas últimas são dispositivos que acompanham o minério desde a mina e por quase todo o processamento na planta, usando técnicas de rastreamento de minério.
“Os desafios das mineradoras são comuns e normalmente incluem o processamento de minérios cada vez mais duros e com teores menores. A grande vantagem de uma visão integrada é poder simular mudanças em todas as fases de processo antes de implementar qualquer alteração”, completa.
Sobre o palestrante: Júlio Almeida é engenheiro de Processos com vivência em projetos de otimização de processos para clientes do segmento de mineração e agregados. Mestrando em engenharia mineral pela USP, Almeida tem conhecimento prático na metodologia Mine to Mill, incluindo várias visitas de campo em mineradoras da América Latina. Ele também tem conhecimento no uso e aplicação de software de engenharia, análise de imagem, balanço de massas, modelagem e simulação de processos.
Agenda: Operações de Interface Mina/Usina - Mine to Mill, em 24 de março, às 18h
Para participar, acesse: https://www.abmbrasil.com.br/por/inscricoes/difusao-digital/webinar-operacoes-de-interface-mina-usina-mine-to-mill